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Menino ligou para polícia para avisar que a família estava passando fome.

Miguel decidiu fazer a ligação depois de ter visto a mãe chorar porque seus irmãos mais novos não tinham o que comer. Ao constatarem a situação da família, policiais se juntaram para ajudar.

Na Grande Belo Horizonte, um menino de 11 anos ligou para a polícia para fazer um pedido de socorro surpreendente.

Eram 20h de terça-feira (2), quando a Polícia Militar de Minas Gerais recebeu o chamado pelo telefone.

Polícia: “190, qual é sua emergência?”

Menino: “Seu policial, aqui... É porque aqui em casa não tem nada para a gente comer. Aqui, minha mãe só tem farinha e fubá para a gente viver.”

O pedido de socorro vinha de Santa Luzia, município na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Do outro lado da linha, um menino de 11 anos, Miguel Barros.

Polícia: “Sua mãe não trabalha, não?”

Miguel Barros: “Não.”

Polícia: “E nada para você comer então, desde cedo?”

Miguel Barros: “Não tem nada para comer, desde cedo.”

Polícia: “Vou passar a informação aqui para a viatura, para ver o que ela pode fazer, está bom?

Miguel Barros: “Viu.”

Polícia: “Tchau.”

O pedido chamou a atenção dos policiais, que foram verificar pessoalmente o que estava acontecendo. O Miguel decidiu sozinho fazer a ligação, depois de ter visto a mãe chorar. É que os irmãos mais novos estavam reclamando de fome e a dona Célia, mãe de seis filhos, só tinha na casa fubá e água, que já vinham comendo há quatro dias.

Ela cuida sozinha dos filhos, que têm entre 9 meses e 17 anos. A dona Célia trabalhava como segurança civil, mas desde que a pandemia começou, não conseguiu mais emprego. A família sobrevive com o dinheiro de programas sociais.

“Eu estava desesperada, não estava aguentando mais ver aquela situação, e nem também pedir, porque você pedir, as pessoas acham que você está com preguiça, que você não quer trabalhar, e eles não entendem a situação”, conta Célia Barros.

A polícia chegou a pensar que se tratava de uma denúncia de abandono de incapaz ou de maus-tratos, mas, ao ver a situação da família, os policiais se juntaram para ajudar.

“Há 24 anos na Polícia Militar, eu nunca me deparei com uma situação dessa. Realmente, nós ficamos todos comovidos, motivo pelo qual iniciamos contatos para tentar ajudar a família”, conta o tenente Nilmar Moreira.

Eles conseguiram uma cesta básica, para entregar para família. Um dia depois do pedido de socorro, a casa do Miguel está diferente. No almoço desta quarta (3) teve arroz, feijão, linguiça.

As crianças ganharam brinquedos e o telefone da dona Célia não para de tocar: é que muita gente ficou sabendo da história.

“Eu acho que se cada um consegue fazer um pouco, já se torna muito na vida de alguém. É muito triste a realidade de hoje, das pessoas carentes. Quando você vê uma criança, principalmente, chegando e pedindo ajuda, é porque realmente é uma situação extrema”, afirma o engenheiro civil Douglas Mendes.

O Miguel, que conseguiu aliviar o sofrimento da família, pelo menos por um tempo, agora é só gratidão.

“Ajudei a minha mãe a guardar as coisas todas, eu fiquei bem alegre. Gostei”, conta Miguel. 

Redação: Radio e Jornal A Voz do Povo.

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Direção: Jornalista Marcio Carvalho.

   

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