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Dois meses após fortes chuvas e nada de cartão recomeçar na Baixada.

Cerca de dois meses após fortes chuvas que atingiram o RJ, moradores que perderam tudo na Baixada Fluminense, seguem sem receber o Auxílio Recomeço.

No dia 3 de maio, um decreto que regulamentou o auxílio para vítimas de fortes chuvas no RJ foi publicado no Diário Oficial do estado. O benefício, também chamado de Cartão Recomeçar, disponibilizaria R$ 3 mil e seria pago em parcela única, através de um cartão fornecido pelo Banco do Brasil — instituição financeira contratada na ocasião pelo estado.


"Ultimamente eu ando querendo chorar. Agora me deu vontade de chorar, mas eu não vou chorar não porque eu quero ser forte. Eu só queria ganhar um dinheiro pra meter o pé daqui", disse a costureira Eliana de Souza.

Eliana abandonou tudo durante a tempestade que caiu em Belford Roxo no dia 1º de abril. Segundo a prefeitura da cidade, choveu uma quantidade de água prevista para 20 dias durante um período de 24 horas.


Os contemplados seriam as pessoas pertencentes à população de baixa renda que foram prejudicadas pelos desastres naturais decorrentes das fortes chuvas que atingiram diversas regiões do Estado do Rio de Janeiro, no início do mês de abril. O objetivo do auxílio financeiro era cobrir despesas com mobiliário residencial, eletrodomésticos e materiais de construção.

A previsão do governo era beneficiar cerca de 20 mil famílias do estado. Em contrapartida, a gestão municipal prestaria contas à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. Entretanto, muitas pessoas seguem ser receber o benefício.


Quando Eliana viu a água ultrapassando a barreira de concreto que fez na porta de entrada da sua casa para se proteger, ela abandonou tudo. Inclusive o equipamento que usava para ganhar a única fonte de renda: a máquina de costura.

"Era o guarda-roupa todo emborcado no meu quarto. O colchão, todo mundo tentava levantar ele, mas ninguém conseguia de tão cheio de água. Minhas compras que estavam no armário, tudo inchada", completou.

A Dona Eliana mora no final de uma rua onde passa um canal que leva até o Rio Botas. Quando chove muito, tudo fica alugado porque o canal está cheio de lixo.

Quem também não recebeu nada foi a família de Dona Margareth. A geladeira dela continua estragada no quintal de casa, depois de ter arrastada da cozinha pela água que invadiu a residência. Agora, ela guarda os alimentos que prepara para os oito filhos em uma geladeira emprestada.

Na noite da enchente, Margareth, que não tinha para onde fugir, subiu em sua cama com quatro filhos. Eles só saíram 12 horas depois, quando a água baixou. Hoje, ela ainda dorme no mesmo móvel, que está todo corroído pela água.


"Toda vez é isso. Eu já passei por essa situação muitas vezes, desde que eu moro aqui", lamentou Margareth.


O que diz a prefeitura

Sobre o canal, a Prefeitura de Belford Roxo disse que solicitou a limpeza ao governo do estado.

Em relação ao Cartão Recomeçar, a prefeitura disse que só recebeu 107 cartões referentes às famílias dos três condomínios do bairro Babi.

Com relação à situação da Eliana, o Cadastro Único dela estava desatualizado e a atualização só foi feita 50 dias depois das chuvas. A prefeitura disse que, como Eliana mora sozinha, ela não entra na lista de prioridades, que são famílias com idosos, crianças ou pessoas com deficiência.

 

Redação: Radio e Jornal A Voz do Povo.

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Direção: Jornalista Marcio Carvalho.

  

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