Entre cinco das cidades mais populosas da Baixada Fluminense, pelo menos 138 mil crianças de 5 a 11 anos não se vacinaram contra a Covid-19.
Só em Duque de Caxias são mais de 54 mil crianças sem a vacina, em Nova Iguaçu são mais de 37 mil, e em São João de Meriti, 29 mil. Em Nilópolis, são 9 mil e em Belford Roxo, mais de 7 mil crianças que não se imunizaram.
A campanha de vacinação infantil começou há mais de um mês na maioria dos municípios e já atingiu todas as faixas etárias do calendário de vacinação de 5 a 11 anos. Cidades como Duque de Caxias e Nilópolis tem desenvolvido estratégias para vacinar os pequenos nas escolas, mas ainda assim ainda faltam muitas crianças a serem vacinadas. Em Nilópolis, por exemplo, até a última sexta-feira foram aplicadas 6.645 doses da vacina infantil. A cidade tem 16.321 crianças entre 5 e 11 anos. Esta é uma das cidades que estava cobrando que os pais assinassem um “termo de autorização” se responsabilizando pela vacinação dos filhos.
Para a pesquisadora do Centro de Estudos em Gestão de Serviços de Saúde da UFRJ, Chrystina Barros, este é um dos motivos que justificam a baixa adesão à vacinação infantil contra a Covid-19:
— Infelizmente essa baixa adesão se deve em grande parte pela postura do Ministério da Saúde, desde demorar um mês depois da aprovação técnica pela Anvisa e fazendo consulta pública, até a cogitar um termo de responsabilidade imputando dúvida e insegurança nos pais — afirma a especialista.
Para tentar alcançar maior cobertura vacinal, Barros destaca a responsabilidade das escolas nesse processo:
— Podem ser feitas ações educativas, busca ativa em escolas, o que é até um bom caminha para alcançar familiares que não tenham sido vacinados. Com o retorno às aulas, pode-se buscar as crianças nesses espaços. Campanhas educativas para sensibilizar os pais, e inclusive, o papel da escola na informação para os pais.
A pensionista Rita Freitas, de 64 anos, aproveitou a oportunidade de vacinação na escola para que o neto finalmente se imunizasse. Ela levou Daniel Gonçalves, de 8 anos, para tomar a vacina na escola onde ele estuda, o Instituto Presbiteriano de Ensino, em Nilópolis.
— Ele não tomou antes porque esteve doente e a mãe estava com receio da vacina, mas houve a oportunidade de ele tomar e houve também os esclarecimentos que a escola deu, então ela resolveu dar a vacina o quanto antes — conta.
Rita que já tomou até a dose de reforço, considerou importante o diálogo da escola com os pais para convencer a filha:
— Acho que falta esclarecimento para os pais de que é importante tomar a vacina. Foi o que aconteceu com a minha filha.
A família de Rita ficou marcada por perdas por causa da pandemia. O ex-marido, a irmã e três cunhados dela morreram em decorrência de complicações da doença, além de amigos próximos.
— Acho importante a vacinação. Já tomei a segunda dose, a terceira. Se tiver a quarta e a quinta eu vou tomar — afirma.
Por causa do feriado de carnaval, algumas cidades terão a vacinação suspensa. Em Nova Iguaçu e Caxias, a vacinação retoma nesta quarta-feira, dia 2. Já São João de Meriti, Nilópolis e Belford Roxo retomam a vacinação na quinta-feira, dia 3.
Para se vacinar, as crianças devem estar acompanhadas dos pais, com documento de identificação com foto, cartão do SUS e carteira de vacinação.
Redação: Radio e Jornal A Voz do Povo.
Direção: Jornalista Marcio Carvalho.
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