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'Tragédia anunciada', Moradores de Mesquita relatam medo de torre desabar, confiram.

Faz pelo menos 13 anos que os moradores do Condomínio Vivendas da Torre, em Rocha Sobrinho, em Mesquita, na Baixada Fluminense, solicitam providências da prefeitura sobre o risco de desabamento de uma torre de aproximadamente 50 metros de altura que fica próximo ao condomínio.

Depois que a estrutura foi atingida por um raio, o laudo de uma vistoria técnica feita pela Secretaria Municipal de Defesa Civil em janeiro de 2009 assinado por um engenheiro já indicava o risco do qual temem os moradores: “existem riscos graves e iminentes de ocorrer quedas da construção e ocasionar acidentes graves. Tomar providências em regime de urgência”, concluiu a avaliação. Em 2013, outro relatório de vistoria indicava a necessidade de manutenção preventiva da chaminé por causa de rachaduras e da soltura de aros que ficam envoltos na construção.

Ano passado, em vistoria feita em maio, mais um laudo identificava “rompimento de aros metálicos, possível desprendimentos de tijolos e outros materiais que compõem a estrutura”. O mesmo documento alegava que a construção precisava de acompanhamento e vistoria periódica por ser um patrimônio Histórico e Cultural do Município e reconhecia o risco a que estavam expostos moradores e suas residências.

Confusos, os moradores do condomínio encaminharam um ofício para a prefeitura pedindo esclarecimentos sobre o fato da torre ser patrimônio do município. Em agosto, eles receberam a resposta de que na verdade a torre não consta no sistema de informação de bens e imóveis do município, e tampouco é tombada, e que estava localizada em propriedade particular. No mesmo mês, mais um relatório de vistoria concluía: “por estar próximo de residências e não haver manutenção, a torre de chaminé pode sim oferecer risco às construções próximas”, e indicava a restauração ou demolição da estrutura.

Toda essa novela é documentada pelo porteiro Marcelo Ferreira, de 52 anos, que mora no condomínio desde 2008 e acompanha de perto junto com o síndico os pedidos dos moradores por uma providência.

— Isso é uma tragédia anunciada. Quando tem essas chuvas e ventanias, só a gente sabe o que passa. Nem dormimos por causa dessa torre, com medo — diz.

Marcelo mora no local com a esposa e dois filhos adolescentes.

— Há pouco tempo agora um anel desses se desprendeu. A Defesa Civil mais uma vez veio aqui, tiraram o anel. E ele só ficou preso porque se enroscou em um cabo de aço. Tem quatro laudos desde 2009. Não é só a gente que corre perigo no condomínio. Tem o prédio do lado, o pessoal que passa na rua. E eles não fazem nada — desabafa.

Moradora do condomínio desde 2009, a técnica de enfermagem Kátia Laia, de 47 anos, também participa das reivindicações dos moradores para que a prefeitura resolva a situação da torre.

— Essa preocupação vem há mais de 10 anos. Logo que vim morar aqui caíram vários raios e parte da torre teve até que ser cortada. Algumas casas próximas a ela foram interditadas na época — lembra.

Na ocasião, 34 casas do condomínio foram interditadas e pedaços de tijolos caíram do topo da torre atingindo telhados e janelas de moradores. Ninguém ficou ferido. Kátia diz que além da queda dos aros da construção, as rachaduras têm aumentado.

— A gente tem medo que a torre caia e que aconteça o mesmo que aconteceu em Capitólio (MG). Agora rachou de novo. A rachadura está descendo e do outro lado tem uma maior. E a gente fica à mercê. Esperamos que alguém venha resolver e não deixe acontecer mais uma tragédia — afirma.

A torre era uma chaminé da antiga Olaria do Quintela. Em nota, a prefeitura diz que a Defesa Civil fez vistorias técnicas no local cujos laudos apontaram a necessidade de demolição, que será feita de forma gradual. Segundo a prefeitura, já estão sendo cotadas as empresas que vão fazer a demolição “o mais breve possível” e a torre vai ficar apenas com três metros de altura, “com finalidade simbólica”.

 

Via: Extra.com

Redação: Radio e Jornal A Voz do Povo.
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Direção: Jornalista Marcio Carvalho.

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