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Tragédia anunciada em Mesquita e autoridades local de braços cruzados.

 Chaminé corre o risco de desabar em Mesquita; moradores reclamam há 13 anos.

Torre, que pertencia a uma fábrica de tijolos, fica hoje dentro de um condomínio com 202 casas. Defesa Civil de Mesquita diz que vistoria apontou necessidade de demolição, que será feita de forma gradual.

Moradores de um condomínio em Mesquita, na Baixada Fluminense, convivem com a ameaça de desabamento de uma antiga chaminé há treze anos.

A torre, que pertencia a uma fábrica de tijolos, fica hoje dentro do condomínio Residencial Vivendas da Torre, que tem 202 casas. São 47 metros de uma antiga construção, de 1913 — o equivalente a um prédio de 15 andares.

Por causa da altura, a antiga chaminé vira um para-raios em dias de tempestade.

"Em 2009, foi o primeiro raio. A Defesa Civil fez um laudo, interditou da casa 108 a 150. Quebrou telha, para-brisa de carro, só não teve desgraça pior porque tinha muito poucos moradores", contou o porteiro Marcelo Ferreira, que se mudou para o condomínio na esperança de que o filho não crescesse vivendo de aluguel.

Uma foto mostra como ficou o topo da torre depois de ser atingido por um raio. Seis metros foram retirados.

"Uma chuva forte, uma ventania, de repente foi um clarão na minha sala. Quando eu abri a porta, eu vi tijolos voando. Fechei correndo, porque eu tava com criança na minha sala, e só escutei o estilhaço da janela se quebrando. Eu fiquei desesperada. Eu não sabia se eu corria, se eu pegava as crianças, porque as crianças começaram a gritar, chorar, com susto, entendeu?", disse a babá Rosana Clemente.

É só começar a chover para quem mora mais perto da torre ficar tenso.

"É um risco para as crianças. Já caiu duas vezes tijolos aqui, quando caiu o raio lá, e agora em dezembro com a chuva forte. Foi desesperador. As crianças ficam com medo. Tem bebezinho de 8 meses que quando vem pra cá engatinhando, quando começa a chover muito, a gente fica com muito medo, porque se ela tombar, a gente não sabe pra qual direção", disse outra moradora.

Os moradores tentam há treze anos uma solução com a prefeitura.

"Panfletei, fiz faixa, fui na prefeitura. A explicação é que na época não podia fazer nada porque era patrimônio histórico. Aí, fizemos um ofício aqui, comecei a correr atrás. Eles fizeram uma varredura, não encontra nada constando que é patrimônio histórico, que está numa área particular. Se acontecer uma coisa, eles não têm nada a ver", explicou Marcelo.

A Defesa Civil já fez várias vistorias no local e confirmou o risco para todos que moram ao redor.

Depois que quatro raios atingiram a torre, a prefeitura instalou um para-raios no ano passado, mas os cabos foram foram roubados uma semana depois.

"É um incômodo que preocupa muito, né? Quando chove, todo mundo fica preocupado, chuva, vento, porque a torre só vai só se degradando, e pode vir ao chão a qualquer momento", contou o borracheiro Anderson Rosa da Silva.

Um outro problema são os 23 anéis de ferro que sustentam a torre. De acordo com o Anderson, um já se rompeu na frente dele e ficou pendurado.

"As autoridades que nos cercam estão brincando com a nossa vida. Aqui tem crianças, tem idosos, e eles não estão dando a mínima para a gente", diz Rosana.

O que dizem os envolvidos

A Defesa Civil de Mesquita informou que o laudo das vistorias feitas na torre indica a necessidade de demolição, que será feita de forma gradual. Disse também que abriu licitação para a contratação emergencial de uma empresa para realizar o serviço o mais rápido possível, e que a ideia é deixar uma estrutura de 3 metros de altura com finalidade simbólica.

Até a publicação da reportagem, a construtora responsável pela construção do condomínio não havia se manifestado sobre o assunto.

Redação: Radio e Jornal A Voz do Povo.
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Direção: Jornalista Marcio Carvalho.

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